Resenha? Territórios Invisíveis - Nikelen Witter
Editora: Estronho/ selo Fantas.
Possíveis spoilers sobre os personagens? Sei lá.
O livro conta a historia de cinco amigos que se veem entrar em uma aventura a lá sociedade secreta, em um mundo fantástico de territórios invisíveis que estão aí há séculos e que nós, reles mortais, apenas não somos capazes de perceber.
Mas primeiramente vamos entender um pouco a minha dinâmica de leitura. Não gosto de ler sinopses de livros, inicio uma leitura porque alguém me indicou, porque conheço o autor, porque o titulo me chamou a atenção, ou por ter visto algum comentário na internet de que era um bom livro. Em segundo, chegamos à Nikelen Witter, colega, amante de gostos em comum, da qual eu tenho o prazer de admirar a distancia e que sei que escreve divinamente bem (vide toda a babação, ataque fangirl por sms e amor que senti no livro Steampink da editora Estronho) então, obviamente ler qualquer coisa que ela publicasse já estava na lista de espera, como ainda está Histórias Fantásticas do Brasil, que infelizmente não sentei para ler. E assim, eis que surge a grande novidade, um livro todinho dela e de fantasia, dando inicio ao grande alvoroço, pois com absoluta certeza ela tem fãs muito mais ardorosos e expansivos do que eu.
Assim, acabei entrando no estado que chamo de “memória de peixe”. Tudo o que era discutido, ou falado sobre o livro eu tratava de esquecer rapidamente. Dicas sobre a trama foram dadas ao grupo de amigos, a leitura dos primeiros capítulos feita e postada em vídeo, a sinopse liberada, e eu tratando de esquecer tudo trinta segundos depois que lia. Acho que fui a que menos demonstrou o entusiasmo expansivo dentro daquele seleto grupo, e por vezes até me sentia mal por isso, por não demonstrar a espera ansiosa por aquela obra, mas que foi algo que fiz por puro sentimento egoísta para me preservar de adivinhar a trama, pois sempre que adivinho a história fico triste, já que gosto de ser surpreendida.
O mais engraçado é que sempre que fiz ou faço a propaganda para alguém de qualquer livro, envio a sinopse, aquele pedacinho de texto que eu não gosto de prestar atenção e não retenho na minha mente ( sim, eu sei que problemas com isso) mas que é essencial para tantas pessoas se interessarem pelo universo que se desenvolverá nas próximas paginas do livro.
Agora, sobre Territórios Invisíveis. Eu me diverti lendo ele. Ri e chorei. Fiquei curiosa e ansiosa com os fatos decorrentes. Adorei os personagens. Maravilhosamente escrito e com um ótimo desenvolvimento, a obra me pegou naquela aventura e em sua fantasia envolta na realidade. Fantasia é o meu gênero favorito e o livro me conquistou ainda mais quando me deu a “desculpa” para acontecimentos reais. Aquele misto em que a fantasia existente não está ali sozinha e há fatos reias, do nosso dia a dia, que podem ser considerados como parte daquele mundo fantástico. Eu adoro quando uma obra consegue realizar isso tão bem. Quando terminei de ler o livro pensei “agora sei para onde vão todas as pessoas ou crianças desaparecidas. Ou foram capturadas pelos Mercadores ou estão por aí no mundo dos So-lay” . O mundo às vezes é tão cruel que um pouco de fantasia não faz mal a ninguém.
Adorei todos os personagens com destaque especial para os gêmeos. A linha de pensamento de Hector me divertiu enormemente, sem contar com a sua esperteza. A irritação constante de Ariadne praticamente faz pare do meu mundo. As frases inteligentes que eles sempre soltam e as farpas trocadas. Leo e sua família, o confronto após o primeiro roubo e como Hector sentiu respeito quando o outro enfrentou a situação e a amizade decorrente ente eles. Camila e seus fones de ouvido, eu poderia ter o dom dela se contasse o fato de que só tiro os meus fones para trabalhar. E Neco, o pequeno adolescente “Hacker”, o único que poderia ter ficado tranquilamente em casa mas que o sentido de amizade, a curiosidade e sede de aventura o arrastou para o mesmo turbilhão.
E o que falar dos outros? Eduardo, o quão ele deve ter sofrido com a segunda perda, os incríveis companheiros de Pentesiléia, Grace e cada um deles com suas incríveis habilidades. E os So-lay, que tanto me fizeram lembrar dos Taltos de Anne Rice, mas só na altura e graça, sua natureza sendo completamente diferente.
Não gostei do Luiz assim que ele apareceu, bonzinho demais, desses eu sempre desconfiei. Mas ele não fez nada de mau, não por enquanto, porem ainda tenho esse sentimento de que ele não era o que aparentava ser. Quero ver se ele cumpriu com a sua parte do trato no próximo volume.
E o final, quase morri de emoção com o final, mas então o livro acabou e minha consciência começou a berrar: “Não! Não pode acabar! E as outras respostas, as pequenas e imperceptíveis pontas soltas, simplesmente não!” e que bom foi saber que mais um está por vir.
Territórios Invisíveis me proporcionou ótimos momentos. A leitura flui maravilhosamente, o universo me encantou. Sinceramente espero que Nikelen Witter e essa obra maravilhosa alcancem um patamar digno dentro da literatura fantástica nacional, porque eles definitivamente merecem. Quero ver milhares de copias vendidas e Nikelen em todas as feiras literárias do país.
Ótimo livro, recomendado e já emprestado a quantos amigos eu puder!
A quem se interessar,link:
post originalmente postado em http://gra-zzy.blogspot.com.br/ e Skoob